A Associação
Portuguesa dos Amigos do Fado (APAF) debate o "fado tradicional", no
domingo, em Lisboa, por entender que "é o momento de refletir" e avaliar
o estado desta expressão, seis anos depois da sua proclamação como
Património da Humanidade.
A
presidente da APAF, Julieta Estrela de Castro, disse à agência Lusa:
"Corre-se o risco de perdermos a identidade do fado tradicional, em nome
de uma voraz 'evolução' ou 'atualização', esquecendo assim a suas
raízes e, com elas, o que diferencia o género musical lisboeta", das
outras músicas.
Neste sentido, no
âmbito dos 23 anos da associação, realiza-se no domingo, às 17:00, um
debate, no Museu do Fado, intitulado "Uma Tradição que se Faz Fado", com
a participação de Julieta Estrela de Castro, que canta há mais de 50
anos, e do investigador, letrista e compositor Daniel Gouveia, autor da
obra "Ao fado tudo se canta?".
O
debate, no auditório do museu, conta com a participação do fadista
António Rocha, "para que sejam dados exemplos ao vivo daquilo que
debatemos", disse.
António Rocha,
também letrista, distinguido com o Prémio Amália Carreira/2006, vai ser
acompanhado pelos músicos Fernando Silva, na guitarra portuguesa, e
Paulo Ramos, na viola.
Julieta Estrela
de Castro disse à Lusa que "não está em questão pôr em causa a evolução
natural do género, que tem acontecido desde sempre, mas sem perder
aquilo que é a sua essência e que o distingue de outros géneros
populares e urbanos".
In: Diário de Notícias
Confirme: https://www.dn.pt/lusa/interior/fado-tradicional-em-debate-seis-anos-apos-classificacao-da-unesco-8873786.html